Lembrado, principalmente, pelas revistas francesas de esportes e de moda, aterriza em São Paulo o doce e irreverente fotógrafo, Jacques Henri Lartigue. A exposição "A Vida em Movimento" busca apresentar o Lartigue "das tardes de domingo"; expondo o acervo pessoal de fotos do fotografo e pintor: fotos dos diários de famílias, trechos do filme que filmou em casa (como ele mesmo disse, uma "distração" diante da Primeira Guerra Mundial), viagens e experiências podem ser encontradas, desde Fevereiro deste ano, no Instituto Moreira Salles.
Competição de planadores. O “Morcego” pilotado por Grandin, Combegrasse, agosto de 1912
É evidente o amor de Lartigue pelo movimento. Parece estar sempre tentando congelar momentos, ao passo que transmite uma agradável sensação de leveza; como se criasse um novo conceito de equilíbrio.
Tempestade em Nice, 12 de março de 1934
E a captação desse universo veloz o leva a fascinar-se por dois elementos, que estão constante presentes em suas criações: a água, como um espelho feroz, que aclara a alma humana, e o ar, como um espírito leve, livre e impulsionador do homem e de suas criações.
Sala na rocha da Virgem, Biarritz, agosto de 1927
A emoção que suas fotos carregam não podem ser percebidas pelos rostos de seus modelos, uma vez que Lartigue buscava captar fenômenos da natureza e invenções humanas irreverentes para o seu tempo. Entretanto, é notável a melancólica; saudosista sensação de "tempo passando".
Casal da Meia Noite, Paris, 1925
Há uma interação silenciosa do homem com o espaço, como se um espelhasse a alma do outro; o sentimento parece ter impregnado toda a cena.
Praia de Trouville, 1906
O sucesso do artista francês surgiu graças às suas publicações em revistas de moda e automobilismo. Lartigue era reconhecido por captar "a sinceridade" de atrizes, modelos e atletas. A expressão dos modelos, nesse caso, surgia como ponto principal da foto, o que dava o tom da reportagem ou entrevista a que se referia.
Renee Ciboure, 1930
A beleza do trabalho de Jacques Henri Lartigue está na sua sensibilidade e na capacidade de juntar com leveza e harmonia fragmentos de um momento fugaz, mostrando que há muito mais do que os olhos podem ver. Às vezes, é preciso congelar o tempo e perder-se no espaço.
Golo e Simone, floresta de Marly, 1 de maio de 1913
•Informações da exposição:
Quanto: Entrada franca.
Quando: até 25 de maio, sempre de terça a sexta, das 13 às 19h.
Onde: Instituto Moreira Salles de São Paulo
R. Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis, São Paulo -SP
Link relacionado: http://www.lartiguenoims.com.br/lartigue-chega-a-sao-paulo/#.U3Gxq16r3wJ
Simone Rouzat, Setembro de 1913
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